A contribuição brasileira para a fundação no ano passado foi 16,3% maior que a de 2010, de 196,8 mil libras.
Mitchel Diniz
O
Brasil contribuiu com 229 mil libras esterlinas (R$ 614,5 mil) em 2011
para a Fundação das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS
Foundation). A entidade, com sede em Londres, é responsável por
supervisionar e obter recursos, arrecadados na forma de doações
voluntárias, para garantir o funcionamento do Conselho de Normas
Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês).
A contribuição brasileira para a fundação no ano passado foi
16,3% maior que a de 2010, de 196,8 mil libras. Mesmo assim, ainda é uma
parcela pequena no total das receitas. Representa pouco mais de 1% dos
26,1 milhões de libras arrecadados pela IFRS Foundation em 2011.
O valor doado pelo Brasil é inferior ao da Índia, por exemplo, que arrecadou 256,7 mil libras no período.
.
Contribuíram com a fundação, no ano passado, o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC) e o Banco Central. O setor privado, mais uma vez, ficou
de fora das doações. A última vez que uma empresa brasileira fez uma
doação para a contabilidade internacional foi em 2008, quando a Brasil
Telecom aportou 7,6 mil libras esterlinas ao então chamado Comitê das
Normas Internacionais de Contabilidade (Iasc). Em 2009, sequer houve
contribuição brasileira nas receitas da fundação.
Para 2012, a IFRS mantém uma estimativa não concretizada no ano passado: espera que o Brasil
contribua com 392,02 mil libras. Os recursos, segundo essas projeções, chegariam por meio do CPC e do BNDES.
No Brasil, a convergência às regras internacionais de
contabilidade teve início em 2008, quando entrou em vigor a Lei 11.638. O
prazo de adaptação ao novo padrão contábil terminou no fim de 2010.
De acordo com a fundação, mais de cem países utilizam ou estão
habilitados a usar o novo padrão contábil. O último relatório da IFRS
Foundation afirma que a maioria dos países que financiam a entidade
passou a calcular o valor da doação de acordo com as variações do PIB de
cada um. As formas de financiamento podem variar e estar atreladas,
também, à cobrança de taxas para as empresas que já seguem as regras
internacionais de contabilidade. No Brasil, mecanismos para aumentar a
contribuição do país nas receitas da fundação estão sendo avaliados.
Ainda de acordo com o relatório de apresentação de resultados da
IFRS, o nível de financiamento de 2011 superou expectativas. A entidade
destaca a contribuição da União Europeia na receita anual da fundação. O
bloco contribuiu com 3,6 milhões de libras esterlinas, o dobro do que
foi financiado por Estados Unidos (1,73 milhões) e Japão (1,71 milhões),
países em fase de adaptação ao padrão internacional de contabilidade.
Em 2011, mais uma vez, as firmas de auditoria e consultoria foram
as principais responsáveis pelo financiamento da fundação. Deloitte,
Ernst & Young, KPMG e PwC doaram, cada uma, 2,5 milhões de libras.
BDO, Mazars e Grant Thornton, juntas, doaram 400 mil libras.
Outra fonte de financiamento da IFRS Foundation, além das
doações, é a venda e concessão de direitos sobre publicações elaboradas
pela entidade, o que gerou 5,5 milhões de libras esterlinas para a
fundação em 2011. Com aumento de 13,5% sobre o total das receitas, em
relação a 2010, a IFRS Foundation fechou 2011 com resultado positivo de
708 mil libras esterlinas.
Fonte: Valor Econômico
Abraços...
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