Pesquisa mostra que, no país, um quinto das pessoas acreditam não ter economizado o suficiente para o período
Os brasileiros estão poupando menos do que deveriam para sua
aposentadoria, têm consciência disso, mas ainda assim preferem gastar o
dinheiro em férias do que reforçar o caixa para a época em que não
tiverem mais a renda do trabalho. Estas são algumas das principais
conclusões do levantamento “O Futuro da Aposentadoria”, pesquisa anual
do HSBC sobre o tema feita em todo o mundo. O estudo apontou que 19% dos
entrevistados nem se preparam para ter uma renda extra à do INSS, a
previdência oficial, que paga, em média, pensões de R$ 803.
O dado que mais chamou a atenção, entre os brasileiros que guardam
dinheiro, é que eles poupam metade do que precisam para ter uma
aposentadoria confortável. Segundo a pesquisa do HSBC, os entrevistados
esperam viver 23 anos após pararem de trabalhar, mas suas economias só
vão durar 12 anos. “É um déficit maior do que a média mundial, em que os
entrevistados poupam para dez anos de aposentadoria, mas esperam viver
18 anos depois de parar de trabalhar”, avalia Gilberto Poso,
superintendente de gestão do patrimônio do HSBC. Os especialistas em
finanças pessoais apontam várias razões para esse déficit maior por
aqui. Uma parte desses poupadores começou a guardar dinheiro só aos 40
anos. “O brasileiro começa a poupar muito tarde. Por isso, não consegue
acumular o patrimônio necessário para garantir rendimentos expressivos
até o final da vida”, afirma o educador financeiro Mauro Calil.
O presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, Reinaldo
Domingos, estima que apenas 1% dos brasileiros consegue manter o mesmo
padrão de vida após a aposentadoria. “Um erro de cálculo leva as pessoas
a pouparem menos do que precisam para a aposentadoria”, explica
Domingos.
Começar a poupar cedo é o mais indicado, mas começar aos 40 anos não é
o fim do mundo, dizem os especialistas. A questão é que, quanto menos
tempo de acumulação de renda, maior é a necessidade de desembolso
mensal. Segundo cálculos do consultor financeiro Miguel Ribeiro de
Oliveira, uma pessoa de 20 anos que começa uma previdência privada para
ter uma renda complementar de R$ 3 mil, precisa desembolsar R$ 483,61
todo mês. “Já uma pessoa de 40 anos terá que começar com uma
contribuição de R$ 2.034,62 para ter a mesma renda, considerando uma
rentabilidade constante de 6% ao ano” explica Oliveira.
Os brasileiros tendem a dar prioridade às férias, em detrimento da
aposentadoria. Se tivessem de escolher apenas uma finalidade para a
poupança, 49% escolheriam as férias e 43% reservariam o dinheiro para a
aposentadoria.
Acesse o link abaixo e conheça os percentuais da pesquisa.
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1352688&tit=Brasileiros-nao-se-preparam-para-a-aposentadoria
Fonte: Gazeta do Povo - Edição 13.03.2013
Abraços
Jesuel